Presídios, a nova escola do Brasil?
Sabemos que está em voga na mídia a questão da maioridade penal de 18 anos ser reduzida para 16 anos. Pois bem, não nos posicionaremos no sentido favorável da mudança, tampouco desfavorável. O nosso objetivo será somente trazer em pauta as questões pertinentes quanto a tal mudança!
Primeiramente questiona-se, qual seria o benefício de menores encontrarem-se privados da liberdade em estabelecimentos prisionais que sabemos quais as condições que proporcionam aos seus apenados. Somente para clarificar, cito a superlotação, o tráfico de drogas e a necessidade de “se afiliar” a uma gangue!
Outrossim, a falsa sensação de “limpeza” das ruas, atirando estes antigos menores perante a lei, em cárceres privados, estará, indubitavelmente tirando praticamente qualquer chance de um futuro promissor e que este contribua com a sociedade.
A pergunta que fica é: Até que ponto tal modificação na lei trará benefícios para a sociedade?
Lembremos que estes jovens que hoje estão presos, amanhã estarão em meio à sociedade, e que tipos de seres humanos queremos ter em nosso meio?! Pessoas que foram moldadas dentro de presídios ou que tiveram uma oportunidade de futuro em escolas e ensino de boa qualidade?
O que queremos dizer é que a base e fundamento dos seres humanos vêm de casa e das escolas. Pessoas conscientes com seu dever na sociedade serão bem instruídas sentadas em bancos escolares. Lógico, não dependerá somente das escolas sanar tal problema, pois, seria utopia afirmar aqui que a criminalidade vai algum dia acabar, mas, com melhor qualidade de ensino e professores mais valorizados, certamente em alguns anos os reflexos seriam mais positivos do que a criação de mais “jaulas para pessoas”.
Finalizando tal linha de raciocínio, cabe ressaltar a total discrepância entre mais escolas e por consequência mais investimentos no ensino, com apenas a redução da maioridade penal e por consequência mais penitenciárias!
A equação é simples “Mais qualidade no ensino e educação é inversamente proporcional à quantidade de presídios que necessitará o poder público construir.”.